O
GRANDE CASTIGO IMINENTE REVELADO NO TERCEIRO SEGREDO DE FÁTIMA
Pelo Padre Paul Kramer, B.Ph.,
S.T.B., M. Div., S.T.L. (Cand.)
PRIMEIRA
PARTE
O
ASPECTO FÍSICO DO CASTIGO: O PAPEL DA RÚSSIA EM FAZER GUERRAS E PROVOCAR A
ANIQUILAÇÃO DE NAÇÕES
Sobre
o Grande Castigo anunciado na Mensagem de Fátima, discorreremos sobre a
Primeira Parte do Terceiro Segredo de Fátima que a Igreja tornou pública.
O
Grande Castigo Revelado em Fátima
A
Mensagem de Fátima, e particularmente o Terceiro Segredo, revela o Grande
Castigo pelo qual Deus punirá todo o mundo pelos crimes da humanidade pecadora,
se as pessoas não se arrependerem e deixarem de O ofender. Em 13 de Outubro de
1917, em Fátima, momentos antes do grande Milagre do Sol, a Santíssima Virgem
disse: "É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados. Não
ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido".
A Maior
Consequência: O Castigo Eterno do Inferno
Nossa
Senhora avisou-nos das gravíssimas consequências de este aviso não ser
atendido. A maior consequência e o supremo castigo para as almas que não se
arrependerem é o eterno castigo do inferno. Foi para evitar a condenação eterna
das almas redimidas pelo Sangue do Nosso Divino Salvador Jesus Cristo que a Sua
Santíssima Mãe veio a Fátima. Assim explicou na aparição de 13 de Julho de
1917:
"Vistes
o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer
estabelecer no Mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração. Se fizerem
o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz".
Primeira
Guerra Mundial: Castigo Específico da Blasfêmia, da Profanação do Casamento e
do Trabalho no Domingo
O
pedido que a Santíssima Virgem fez, de que as pessoas "se emendassem e
pedissem perdão dos seus pecados", não foi escutado. Nossa Senhora de
Fátima disse à Beata Jacinta: "as guerras são castigos dos pecados do mundo.[1]"
Foi revelado ao santo sacerdote Père Lamy que a Primeira Guerra Mundial era um
castigo específico da "blasfêmia, da profanação do casamento e do trabalho
no Domingo".
O
Anúncio do Fim da Primeira Guerra Mundial e o Começo da Segunda Guerra
Na
aparição de 13 de Julho de 1917, Nossa Senhora anunciou: "A guerra vai
acabar. Mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará
outra pior".
Infelizmente,
as pessoas não deixaram de ofender a Deus, e a guerra pior, a Segunda Guerra
Mundial, foi desencadeada no papado de Pio XI.[2]
Nossa
Senhora revelou à Irmã Lúcia o sinal que indicaria que o castigo estava
iminente:
"Quando
virdes uma noite alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal
que Deus vos dá
de que vai punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de
perseguições à Igreja e ao Santo Padre".
Na
noite de 25 de Janeiro de 1938, a Irmã Lúcia viu a ameaçadora luz vermelha que
Nossa Senhora tinha dito que seria o grande sinal de que Deus iria "punir o
mundo ... por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo
Padre". No dia seguinte, o estranho fenômeno da "noite
alumiada" foi noticiado em jornais por toda a Europa e América do Norte.[3]
A Irmã Lúcia compreendeu que o castigo do mundo iria começar, e algumas semanas
mais tarde, em Março de 1938, Hitler invadiu a Áustria e anexou-a à Alemanha,
um ato que iniciou a escalada de acontecimentos que transformaram as várias
agressões da Alemanha, Itália e Japão na Segunda Guerra Mundial.
Os
Pedidos de Nossa Senhora não Foram Atendidos
A
Segunda Guerra Mundial podia ter sido evitada se os pedidos de Nossa Senhora de
Fátima tivessem sido atendidos. Ela já tinha prometido: "Se fizerem o que Eu vos
disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz". Nossa Senhora
sublinhou que a
única maneira de alcançar a paz é obedecer aos Seus pedidos, quando
Ela pediu que rezassem o Rosário
todos os dias "em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz no mundo...
porque só Ela
vos pode ajudar".
Foi
precisamente para evitar o castigo do mundo, "por meio da guerra, da fome
e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre", que Nossa Senhora de Fátima pediu a consagração da Rússia e a devoção
dos Cinco Primeiros Sábados. As Suas palavras exatas foram: "Para o impedir, virei
pedir a consagração da Rússia a Meu Imaculado Coração, e a Comunhão
reparadora nos Primeiros Sábados". A promessa ligada a este pedido é:
"Se fizerem
o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz".
É
da maior importância ter presente que a Segunda Guerra Mundial foi apenas o
começo dos castigos anunciados. Se as pessoas não se arrependerem e emendarem
as suas vidas, seguir-se-ão
castigos mais severos. Nossa Senhora anunciou em particular o
castigo da Segunda Guerra Mundial quando disse: "A guerra vai acabar. Mas se não deixarem de
ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior".
Este castigo já teve lugar.
O
Castigo é um Aviso Profético que só se Cumpriu Parcialmente
O
anunciado castigo do mundo "por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo
Padre" é um aviso profético muito mais geral, que só se cumpriu
parcialmente. Se vier a concretizar-se ou não depende de os pedidos
de Nossa Senhora serem ou não atendidos. O castigo está revelado na sua totalidade
na terceira parte, ainda por publicar, do Segredo, embora esteja mencionado em
termos gerais na segunda parte. O que Nossa Senhora disse sobre ele na segunda
parte do Segredo é o seguinte:
"Se
atenderem a Meus pedidos, a Rússia se converterá e terão
paz; se não,
espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os
bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações
serão aniquiladas".
Consagração
da Rússia ao Imaculado Coração de Maria
Foi
em 13 de Junho de 1929, em Tuy, Espanha, que a Santíssima Virgem apareceu à
Irmã Lúcia, cumprindo a Sua promessa de que viria "pedir a consagração da
Rússia", a ser feita pelo Papa em união com todos os Bispos do
mundo. As palavras de Nossa Senhora, pedindo a consagração, foram escritas pela
Irmã Lúcia: "É chegado o momento em que Deus pede para o Santo Padre fazer, em união com todos os Bispos
do Mundo, a Consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração, prometendo salvá-la por
este meio..."[4] Este ato solene de consagração da Rússia, a
ser realizado pelo Papa e por todos os Bispos do Mundo ao mesmo tempo, nunca foi
feito. Nunca houve
qualquer ato de consagração da Rússia (ou do Mundo, ou nem mesmo do que quer
que seja) feito pelo Papa e por todos os Bispos do Mundo ao mesmo tempo.
Nenhum dos atos de consagração levados a cabo por Pio XII, Paulo VI ou João
Paulo II foram feitos por todos os Bispos do Mundo ao mesmo tempo. Trata-se
de um fato histórico claramente estabelecido de forma irrefutável — contra fatos não há
argumentos.[5]
Era
vontade de Deus que o ato de consagração pedido fosse cumprido sem mais
demoras. Em 21 de Janeiro de 1935, a Irmã Lúcia escreveu: "Há cerca de
três anos, Nosso Senhor estava muito ofendido porque o Seu pedido não tinha sido
atendido, e eu disse-o ao Bispo numa carta ... por uma conversa íntima com Ele,
creio que Ele está pronto a mostrar misericórdia para com a Rússia, tal como
prometeu há cinco anos, e que Ele deseja tanto salvar". Em 19 de Agosto de
1931, Nosso Senhor Jesus Cristo apareceu à Irmã Lúcia com esta mensagem:
"Participa aos Meus ministros que, dado seguirem o exemplo do Rei de
França na demora em executar Meu mandato, tal como a ele aconteceu, assim o
seguirão na aflição".[6]
Isto
é um aviso muito rigoroso, dado pelo próprio Jesus Cristo, visto que o exemplo
a que Ele se refere é a desobediência do Rei francês, que não chegou a
consagrar a França ao Seu Sagrado Coração. Esse pedido foi feito diretamente
por Nosso Senhor Jesus Cristo. Foi revelado a Santa Margarida Maria, que o
comunicou ao Rei Luís XIV. Nem Luís XIV nem Luís XV o cumpriram, e por fim,
Luís XVI, já na prisão, tentou obedecer à ordem de Deus, mas não podia fazer o
ato público e solene requerido; e em 1793 foi guilhotinado.
Nosso
Senhor tornou inequivocamente claro que foi dado ao Papa um certo período de
tempo para fazer a consagração da Rússia, passado o qual, se a consagração
ainda não tiver sido devidamente feita, alguns dos pastores da Igreja pagarão
com as suas vidas por esta omissão. Isto depreende-se claramente da visão do
Terceiro Segredo, publicada em 26 de Junho de 2000. Naquela visão, o Papa é morto por um
grupo de soldados, e outros prelados de altas dignidades são igualmente mortos.
O
aparelho de Estado do Vaticano tentou interpretar a visão do ‘Bispo vestido de
branco’ como uma previsão do atentado falhado contra a vida do Papa João Paulo
II, em Maio de 1981. A revista The Fatima Crusader demonstrou amplamente que a
interpretação da visão, publicada pelo Cardeal Ratzinger em 26 de Junho de
2000, é uma tentativa fraudulenta de colocar no passado a realização dos
acontecimentos futuros relatados na visão. O motivo para esta interpretação
fraudulenta é
promover a ideia de que a consagração da Rússia já foi feita e,
portanto, como disse o Arcebispo Tarcisio Bertone, "encerra um pedaço de
história, marcado por trágicas veleidades humanas de poder e de iniquidade".
Por outras palavras, o que Nossa Senhora pediu já foi feito, e portanto não
temos necessidade de pensar mais nisso.
O
Cardeal Sodano disse em 13 de Maio de 2000: "os acontecimentos a que faz
referência a terceira parte do ‘Segredo’ de Fátima parecem pertencer já ao passado..."
A interpretação da visão dada por Sodano parece uma tentativa de enfiar uma
cavilha quadrada num buraco redondo: explica de forma rudimentar a profecia de
um acontecimento futuro, um Papa a ser morto por militares, isto é, por um grupo de soldados,
em termos de um acontecimento passado, o atentado falhado contra a vida do Papa João Paulo II
por apenas um pistoleiro civil. A interpretação de Sodano é claramente
fraudulenta: o Cardeal Sodano alterou as palavras da profecia que se referem ao
assassínio de um Papa, "prostrado de joelhos aos pés da grande Cruz, foi morto por um grupo de
soldados", para "também ele... cai por terra como morto".
Uma profecia do assassínio de um Papa no futuro transformou-se assim, por uma
habilidade verbal, numa predição de um atentado falhado contra a vida do Papa
João Paulo II em 1981.
No
folheto intitulado A Mensagem de Fátima, o Cardeal Ratzinger apresenta o
seu primeiro princípio para interpretar a visão: "Antes de mais, devemos
afirmar com o Cardeal Sodano: ...os acontecimentos a que faz referência a terceira parte do
‘Segredo’ de Fátima parecem pertencer já ao passado". Esta
declaração é um logro deliberado: quando o Cardeal Ratzinger falou do ‘Terceiro
Segredo’ na sua entrevista de 11 de Novembro de 1984 à revista Jesus, disse:
"o conteúdo deste ‘Terceiro Segredo’ corresponde ao que é anunciado nas
Sagradas Escrituras e que tem sido dito, muitas e muitas vezes, em várias
outras aparições de Nossa Senhora ...".
É
manifestamente evidente que estas palavras do Cardeal não se referiam ao
atentado frustrado de anos atrás, que não estava anunciado nas Sagradas
Escrituras nem previsto em muitas aparições marianas — nem se referiam
especificamente à visão revelada em Junho de 2000. Pelo contrário, referiam-se
a acontecimentos futuros preditos pela Santíssima Virgem, na "carta" de
Janeiro de 1944 ao Bispo D. José Correia da Silva, "em que a Irmã Lúcia
escreveu as
palavras que Nossa Senhora confiou como um Segredo aos três pastorinhos na Cova
da Iria".[7] Este é o ‘Terceiro Segredo’ que a Irmã Lúcia
revelou em 2 de Setembro de 1952 ao emissário do Papa Pio XII, o Padre
Schweigl, que explicou que o ‘Terceiro Segredo’ é "a continuação das
palavras [de Nossa Senhora]: Em Portugal se conservará sempre o dogma da Fé etc."[8]
Este é que é o ‘Terceiro Segredo’ de que falou o Cardeal Ratzinger, dizendo que
"o conteúdo deste ‘Terceiro Segredo’ corresponde ao que é anunciado nas
Sagradas Escrituras e que tem sido dito, muitas e muitas vezes, em várias
outras aparições de Nossa Senhora". Esta posição foi confirmada pelo
sobrinho da Irmã Lúcia, o Padre José dos Santos Valinho, que apresentou
claramente o seu ponto de vista em 14 de Fevereiro de 2003, no programa da TV
italiana Enigma,
segundo o qual a terceira parte do
Segredo está estreitamente ligada à segunda parte. Diz respeito à Igreja:
guerra, perseguição e a perda da fé. Haverá uma crise universal,
tanto na Igreja como em todo o mundo.[9] Isto corresponde às palavras da
Santíssima Virgem na segunda parte do Segredo: "Os bons serão martirizados,
o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas".
Corresponde em especial à revelação de 13 de Julho de 1917, de que Deus ia
"punir o
mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e
ao Santo Padre". O Padre Valinho também afirma claramente que
a terceira parte do Segredo é a continuação da segunda parte, que termina com as palavras
"em Portugal se conservará sempre o dogma da Fé, etc."...
Eis as suas palavras exatas: "os três pontinhos (depois do etc.) indicam
que ‘aqui está a terceira parte que ainda não foi revelada’".
Também
é importante considerar que, a partir de um certo ponto, tal como o início de uma
guerra mundial, os pastores da Igreja poderão estar fisicamente
incapacitados de fazer a consagração, como sucedeu com Luís XVI, que tentou,
sem sucesso, levar a cabo a consagração da França depois de já ser tarde demais
para a salvar da revolução e do Reino do Terror. Segundo o que Nosso Senhor
revelou à Irmã Lúcia, parece que o castigo do mundo mencionado na segunda parte
do Segredo e ilustrado na visão da terceira parte dar-se-á antes de se fazer a
consagração. O que Nosso Senhor disse à Irmã Lúcia é isto: "O Santo Padre,
rezai muito pelo Santo Padre, ele fá-lo-á, mas será tarde".
O
próprio Nosso Senhor Jesus Cristo explicou por que razão é tão necessário este
ato de consagração. Numa carta datada de 18 de Maio de 1936, a Irmã Lúcia
escreveu: "Sobre as outras perguntas, se for conveniente insistir para obter a consagração da Rússia
... Falei a Nosso Senhor sobre isso, e não há muito perguntei-Lhe porque é que não convertia
a Rússia sem que o Santo Padre fizesse a consagração. (Respondeu) ‘Porque Eu quero que toda a Minha
Igreja reconheça a consagração como um triunfo do Imaculado Coração de Maria,
para que possa depois espalhar o seu culto e colocar a devoção a este Imaculado
Coração a par da devoção a Meu Sagrado Coração... Todavia, o
Imaculado Coração de Maria salvará a Rússia, porque Lhe foi confiada’ ".
A
Finalidade Suprema da Consagração da Rússia é Salvar as Almas do Inferno
A
finalidade suprema da consagração da Rússia não é a conversão da Rússia ou a
paz mundial. A conversão da Rússia e a paz mundial são graças prometidas por
Deus, a serem obtidas por meio da consagração, mas a finalidade suprema da
consagração é salvar as almas do inferno, estabelecendo a devoção ao Imaculado
Coração de Maria. Foi Nossa Senhora quem disse: "Para as salvar, Deus quer
estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração". Em
13 de Junho de 1917, a Santíssima Virgem disse que é Jesus Que quer estabelecer
esta devoção: "Ele quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado
Coração. A quem
abraçar esta devoção, prometo a salvação; aquelas almas serão
acarinhadas por Deus, como flores colocadas por Mim para adornar o Seu
Trono". É para a salvação das almas que o Céu pede a consagração da
Rússia. "A salvação das almas ... é sempre a lei suprema da Igreja"
(Can. 1752). Os que se opõem ou impedem a consagração, sejam quais forem os
seus motivos, colocam-se em oposição à lei suprema da Igreja e são, portanto,
criminosos perante Deus.
Consequências
da Desobediência aos Pedidos do Céu
As
consequências da desobediência aos pedidos do Céu serão incalculáveis e
catastróficas. Os que dizem que os pedidos de Nossa Senhora já foram atendidos
e que a consagração da Rússia já foi feita perderam a noção da realidade.
Navarro-Valls, porta-voz do Vaticano, mencionou em Setembro de 2002 o fato de
que a Igreja Católica está atualmente a ser perseguida na Rússia. Nossa Senhora de Fátima
avisou que a Rússia iria perseguir a Igreja se os Seus pedidos não fossem
atendidos. Disse que "se atenderem a Meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz...".
Duzentos
e cinquenta mil soldados americanos e um terço da Força Aérea britânica foram
enviados para o Golfo Pérsico, em preparação para o ataque ao Iraque. Apesar
disto, a Congregação para a Doutrina da Fé assegura-nos que "a decisão de
Sua Santidade o Papa João Paulo II de tornar pública" a visão do ‘Bispo
vestido de branco’, "encerra um pedaço de história, marcado por trágicas
veleidades humanas de poder e de iniquidade".
Nossa
Senhora de Fátima disse à Irmã Lúcia em Maio de 1952: "Participa ao Santo
Padre que continuo à espera da Consagração da Rússia a Meu Imaculado Coração. Sem a Consagração, a
Rússia não poderá converter-se, nem o mundo terá paz".[10]
Nosso
Senhor disse que não converteria a Rússia sem que o Santo Padre fizesse a
consagração (da Rússia), "Porque Eu quero que toda a Minha Igreja
reconheça a consagração como um triunfo do Imaculado Coração de Maria".
Até hoje, não há sinal desse triunfo, ou dessa conversão, porque os pedidos de
Nossa Senhora não foram cumpridos, e portanto o mundo está a caminhar para O
Grande Castigo através do qual Deus "vai punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de
perseguições à Igreja e ao Santo Padre".
O
Grande Castigo que é revelado no Terceiro Segredo de Fátima é apresentado
concisamente pela Irmã Lúcia na carta de uma só página que dirigiu ao Bispo D.
José Correia da Silva, contendo o ‘Terceiro Segredo’. O Segredo a que o Cardeal
Ratzinger se referiu na entrevista à Jesus está nessa carta. Quando disse: "Sim, eu li-o",
Ratzinger estava a referir-se a essa carta, "em que a Irmã Lúcia escreveu as palavras que Nossa
Senhora confiou como um Segredo aos três pastorinhos na Cova da Iria".[11]
Eram
estas palavras de Nossa Senhora a que o Cardeal Ratzinger se referia, quando
disse, na entrevista à Jesus, que o Terceiro Segredo se refere aos "perigos que ameaçam a Fé e
a vida do Cristão, e, consequentemente, do mundo",
acrescentando que "o conteúdo deste ‘Terceiro Segredo’ corresponde ao que é anunciado nas
Sagradas Escrituras e que tem sido dito, muitas e muitas vezes, em várias
outras aparições de Nossa Senhora...". É examinando o que
"tem sido
dito, muitas e muitas vezes, em várias outras aparições de Nossa Senhora"
que descobriremos os "perigos que ameaçam a Fé e a vida do Cristão, e,
consequentemente, do mundo" que foram "anunciados nas Sagradas Escrituras"
e preditos nas profecias.
Em
13 de Outubro de 1973, a Santíssima Virgem Maria apareceu em Akita, no Japão, à
Irmã Agnes Sasagawa, e revelou: "Se os homens não se arrependerem ... O
Pai fará cair um terrível castigo sobre toda a humanidade. Será um castigo
maior do que o dilúvio, um castigo como ninguém viu antes. Cairá fogo do céu e
destruirá uma grande parte da humanidade".
A
Beata Anna Maria Taigi (†1837) escreveu o seguinte sobre o castigo que se
aproxima: "Deus ordenará dois castigos: Um, na forma de guerras,
revoluções e outros males, terá a sua origem na terra; o outro será enviado do
Céu. Virá por sobre toda a terra uma escuridão intensa, que durará três dias e
três noites (Joel 2:31)[12]... o ar ficará carregado de pestilência, que levará
sobretudo, mas não exclusivamente, os inimigos da religião ...".
O
primeiro castigo será ao mesmo tempo físico e espiritual: guerras e revoluções,
etc. serão a substância do castigo físico; "várias nações serão aniquiladas";
e as "perseguições à Igreja e ao Santo Padre" serão o castigo
espiritual: "os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que
sofrer".
Em
1945, pouco tempo depois do fim da Segunda Guerra Mundial, o Papa Pio XII disse
na sua mensagem de Natal aos Cardeais: "O Mundo está à beira de um
terrível abismo ... Os homens devem preparar-se para um sofrimento tal como a
humanidade nunca viu". Haverá uma grande guerra mundial, muito mais
destruidora do que as duas primeiras guerras. A Irmã Elena Aiello (†1961), de
grande nomeada pelas suas profecias, ouviu de Nossa Senhora: "O Meu
Coração está triste por tantos sofrimentos num mundo que se aproxima da ruína ... A ira de Deus está próxima.
Em breve o Mundo será atormentado por grandes calamidades, revoluções
sangrentas, horríveis furacões e inundações de rios e dos mares ... o Mundo será subvertido
numa nova e mais terrível guerra. Armas excepcionalmente mortais destruirão
povos e nações. Os ditadores da terra, espécimes infernais,
demolirão as Igrejas e profanarão a Sagrada Eucaristia, e destruirão as coisas
que nos são mais queridas. Nesta guerra ímpia, muito do que foi construído pelas mãos do
homem serão destruídas ...
"Outra guerra terrível virá do leste para o oeste. A Rússia,
com os seus exércitos secretos, lutará com a América; devastará a Europa. O rio Reno
transbordará de cadáveres e de sangue. A Itália, também, será agitada por uma
grande revolução, e o Papa sofrerá terrivelmente ...
"A Rússia marchará sobre
todas as nações da Europa, em especial a Itália, e hasteará a sua bandeira
sobre a cúpula de S. Pedro. A Itália será experimentada severamente
por uma grande revolução, e Roma será purificada dos seus muitos pecados,
especialmente os da impureza ...".
Na
aparição de Nossa Senhora do Bom Sucesso, que ocorreu em 2 de Fevereiro de
1634, a Mãe de Deus revelou à Madre Maria Ana de Jesus Torres: "Haverá uma guerra
terrível, em que correrá o sangue de sacerdotes e de religiosos ... o mal
parecerá ter triunfado". O mesmo foi predito pela Irmã Rose
Asdente de Taggia (†1847): "Haverá uma grande confusão de povo contra
povo, e nações contra nações. Os russos", explicou, "virão fazer guerra à
Itália ... Padres e religiosos serão chacinados, e a terra, especialmente na
Itália, será regada com o seu sangue".
Recordemos
uma profecia escrita há séculos numa pedra tumular inglesa: "Quando os
quadros parecerem vivos, com movimentos livres, quando os barcos nadarem como
peixes pelo fundo do mar, quando os homens voarem pelo céu, superando os
pássaros, então metade
do mundo irá perecer, atolado em sangue". Parece, pois, que a
cidade semi-destruída
na visão de Fátima publicada em 26 de Junho de 2000 representa a destruição de
metade do Mundo: metade do gênero humano, mais de três mil milhões
(3,000,000,000) de seres humanos morrerão no castigo, como diz a profecia da
pedra tumular. A Irmã Lúcia referiu-se a este tema em 26 de Dezembro de 1957,
quando disse ao Padre Fuentes: "Diga-lhes, Senhor Padre, que a Santíssima
Virgem repetidas vezes, tanto aos meus primos Francisco e Jacinta como a mim,
nos disse que muitas
nações desaparecerão da face da terra, que a Rússia seria o
instrumento do castigo do Céu para todo o Mundo, se antes não alcançássemos a
conversão dessa pobre nação".
Parece
que o mundo está hoje, de fato, "à beira de um terrível abismo". As
revelações proféticas feitas à Irmã Elena Aiello confirmam as profecias
anteriores de S. João Bosco, da Beata Anna Maria Taigi e de outros, segundo as
quais iria haver uma grande guerra contra as nações ocidentais, feita pela
Rússia, pela China e pelas nações islâmicas. A maioria dos americanos não faz
ideia de como a situação geopolítica é perigosa. Engoliram por completo a ideia
de que os Estados Unidos são a única superpotência mundial, e portanto acreditam que os Estados
Unidos podem impor a sua vontade onde quiserem.
Na
realidade, só há uma superpotência militar no mundo, que é a Rússia. "A Rússia",
explica Donald McAlvany, "(a ‘antiga’ União Soviética) ainda possui a
maior máquina militar do mundo; o maior arsenal de mísseis nucleares ... o
maior arsenal de tanques, veículos blindados, submarinos nucleares, mísseis
intercontinentais (ICBM) e mísseis lançados de submarinos (SLBM), e de aviões
militares do mundo".[13]
Conquistar
todo o mundo continua a ser a intenção da Rússia Soviética. Num discurso feito na
década de 1930 à Escola Lênine de Guerra Política, em Moscovo, Dimitri
Manuilski declarou: "A guerra total entre o comunismo e o capitalismo é
inevitável. Mas hoje somos demasiado fracos para atacar. A nossa vez chegará
daqui a 30 - 40 anos. Mas primeiro devemos fazer adormecer as nações
capitalistas com as maiores concessões de paz e desarmamento conhecidas na
história. E então, quando abaixarem as defesas, esmagá-las-emos com o nosso
punho fechado".
A
Rússia Soviética
sempre aderiu de forma inabalável a esta política, desde então até
ao presente. Em Novembro de 1987, o Presidente soviético Mikhail Gorbachev
afirmou, num discurso ao Politburo: "Senhores, Camaradas, não se preocupem
com tudo o que ouvirem sobre glasnost e perestroika e democracia nos próximos anos. Tudo isso
é sobretudo para consumo externo. Não haverá mudanças internas significativas
na União Soviética, a não ser para fins cosméticos. O nosso fim é desarmar os americanos e
deixá-los adormecer".
Os
chefes militares soviéticos
são discípulos de Sun Tsu, autor da Arte da Guerra, que escreveu em
500 A.C.: "Avançamos
retirando". A retirada foi o desmantelamento do estado estalinista,
ineficiente e burocrático, a União Soviética, reestruturando-o na forma do estado
leninista atual,
a Rússia Soviética.
No número do Inverno de 1993 da revista The Fatima Crusader, escrevi:
A
Europa está a afastar-se do equilíbrio de poderes, surgido no após-guerra,
entre o bloco NATO-CEE e o bloco do Pacto de Varsóvia-COMECON. Gorbachev está a
promover a dissolução dos blocos e o reordenamento da Europa numa só unidade.
Uma Europa unida e neutra será uma aglomeração de pequenos estados dominados
pelo gigante soviético. Com os seus vastos recursos, população e armas, a União
Soviética será facilmente o senhor de toda a Europa. Não me surpreende que o
novo slogan na Rússia seja "dominar da Sibéria à Ibéria".[14]
Os
Soviéticos cumpriram
o seu programa de dissolução
dos blocos e do reordenamento da Europa numa só unidade, com a
entrada da Rússia na aliança da NATO, com o estatuto de participante. Isto foi
dito muito abertamente pelo Presidente soviético Vladimir Putin, quando afirmou em Roma em 28
de Maio de 2002, sobre a NATO: "havemos de nos chamar ‘a Casa dos Sovietes’."
Putin conseguiu o que Brezhnev tinha promovido com a détente.
Brezhnev promoveu a "détente" pela mesma razão de conquista que
Manuilski tinha anunciado nos anos 30. Sabe-se que Leonid Brezhnev, falando
confidencialmente a um grupo de membros influentes do Partido Comunista, disse
em 1972: "Confiem em nós, camaradas, porque por volta de 1985, em
consequência do que já estamos a conseguir com a détente,
teremos alcançado a maior parte dos nossos objetivos na Europa Ocidental.
Teremos consolidado a nossa posição ... E a mudança decisiva na correlação de forças será tal
que, chegados a 1985, poderemos exercer a nossa vontade onde quer que precisarmos de o
fazer...".
Demorou
mais tempo do que Brezhnev tinha calculado para este plano se tornar realidade,
mas a fidelidade constante dos dirigentes da Rússia Soviética ao
programa anunciado por Manuilski colocou-os numa posição em que podem usar do seu poder onde
quer que queiram. É sua intenção conquistar os Estados Unidos por
meio de um plano militar conjunto russo-chinês. Em Fevereiro de 2002, Donald Mc
Alvany anotou: "O plano para uma campanha militar conjunta contra a
América, levada a cabo pela Rússia e pela China, foi concebido há muitos anos,
e foi-me descrito em 1999 pelo desertor de maior patente da Direção Central de
Informações do Estado Maior General russo, o Coronel Stanislav Lunev".[15]
"Sobre
a existência de um plano militar conjunto russo-chinês", continua Mc Alvany,
"Lunev disse que, na sua última visita a Moscovo, antes da sua deserção de
1992, o
Estado Maior General russo ainda estava incumbido de combater e vencer uma
futura guerra nuclear contra a América. ‘O plano da guerra nuclear
ainda está válido,’ disseram-lhe. Mas haveria algumas mudanças. As
tropas russas já não seriam responsáveis pela invasão subsequente dos 48
Estados da metrópole americana. As forças russas encarregar-se-iam de ocupar ‘o
Alaska e parte
do Canadá.’ Os chineses seriam responsáveis pela
ocupação dos 48 Estados".
A
força de mísseis nucleares da Rússia Soviética e o imenso potencial humano da
China Vermelha uniram-se num só punho fechado que forma o coração do Novo Eixo, a
que também se poderia chamar Eixo Moscovo-Pequim. Richard Maybury inventou a
expressão Novo
Eixo em 1996. Não se limita à Rússia e à China, que assinaram o
Tratado de Amizade Chinês-Russo em Julho de 2001 e afirmaram claramente os seus
interesses estratégicos conjuntos contra os Estados Unidos, mas também inclui
muitas outras nações que entraram numa aliança secreta contra os Estados Unidos
e os seus aliados da NATO. Maybury explica no número de Fevereiro de 2003 do Early Warning Report que
"o grupo consiste de, pelo menos, 12 membros", entre eles o Irão, o
Iraque, a Coréia do Norte, a Síria, a Líbia, Cuba, etc.
O
Governo dos Estados Unidos está ao corrente da existência do Novo Eixo: Em
10 de Outubro de 2002, o Vice-Secretário da Defesa, Paul Wolfowitz, disse que
"A coisa que nos surgiu da Comissão Rumsfeld, a maior surpresa, foi
compreender de que maneira estes agentes malignos (os estados do Novo Eixo)
estavam a ajudar-se tanto uns aos outros, e além disso a quantidade de ajuda que
vinha da Rússia e da China".
O
Novo Eixo ultrapassa
em muito o poder de armamentos e pessoal dos Estados Unidos. É intenção do Novo Eixo envolver
os Estados Unidos em múltiplas guerras com os membros menos importantes do Eixo: primeiro
no Afeganistão, depois no Iraque, em seguida talvez no Irão e na Coréia, e
depois também, possivelmente, com a China por causa de Taiwan. Querem
enfraquecer as forças armadas americanas, fazendo com que se espalhem por uma
grande área e tenham falta de pessoal, e então atacarão com uma Blitzkrieg
(guerra-relâmpago) enorme contra as nações européias e a América do Norte. Isto
será apenas o começo do Grande Castigo.
"Porque
nação levantar-se-á contra nação e reino contra reino, e haverá terremotos em
diversos lugares, e fomes. Estas coisas são o princípio dos sofrimentos"
(Mark 13:8).
Notas
(1)
"As guerras não são senão castigos pelos pecados do mundo." Era um Senhora mais brilhante que o Sol; Pe.
João de Marchi, 1996, Torres Novas, Portugal, p. 268.
(2)
Algumas pessoas, tentando desacreditar a Mensagem de Fátima, sugeriram que a
guerra começou com a invasão da Polônia em 1 de Setembro de 1939, durante o
papado de Pio XII, mas isto é incorreto. A verdade é que o conflito começou
entre o exército japonês na Manchúria e as forças chinesas em 7 de Julho de
1937, na Ponte Marco Polo, junto a Pequim (Beijing). Os japoneses aproveitaram
este incidente como pretexto para invadir o norte da China, de onde passaram ao
leste e ao sul da China. A guerra só terminou quando o exército japonês na
Manchúria (o Exército de Kwantung) se rendeu às tropas soviéticas, que estavam
em guerra com o Japão apenas há 5 dias, em Agosto de 1945, depois do lançamento
das bombas atômicas.
(3)
Em 1971, o meu professor de Filosofia, Padre Robert Schubert, Ph.D., mostrou-me
a sua coleção de recortes de jornais sobre a ‘luz desconhecida’. Houve cidades
em que foram enviados carros de bombeiros para os arredores, pensando que havia
um grande incêndio, mas tratava-se apenas da luz estranha de que falou Nossa
Senhora. Houve quem dissesse, sem qualquer fundamento, que a ‘luz desconhecida’
era uma aurora
boreal. Isto é claramente absurdo, porque não se assemelhava de
forma alguma a uma manifestação de uma aurora boreal.
(4)
Frère Michel de la Sainte Trinité, The
Whole Truth About Fátima; Buffalo, Fort Erie, 1989, vol. II, p. 555.
Estas palavras foram escritas pela Irmã Lúcia no seu diário.
(5)
Os que dizem que a consagração já foi feita só apresentam os argumentos mais
obtusos e de um simplismo pouco engenhoso, que não resistem à lógica, assim
como as provas mais fracas e sem credibilidade, como postais e cartas de autenticidade
mais que duvidosa, e relatórios anedotais baseados em rumores e boatos segundo
os quais o Papa, ou a Irmã Lúcia, teriam dito que "a consagração estava
feita." Demonstrámos à saciedade, em muitos artigos publicados
anteriormente na revista The
Fatima Crusader (disponíveis em www.fatima.org), que a consagração
da Rússia ainda não foi feita. Apresentámos provas indisputáveis, que não
admitem uma oposição legítima, que estabelecem o facto irrespondível de que
Nossa Senhora, como o Papa João Paulo II admitiu publicamente em 25 de Março de
1984, "ainda espera" o acto de consagração que pedira.
(6)
J.M. Alonso, Fátima Ante La Esfinge,
Madrid, 1917, p. 117.
(7)
Comunicado à imprensa do Vaticano para a agência UPI em Fevereiro de 1960.
(8) Frère Michel de
la Sainte Trinité, The Whole Truth
About Fátima, Vol. III, Imaculado Coração Publications, Fort Erie, 1990, p.
710.
(9)
"crisi di tipo universale nella chiesa e nell’umanità."
(10)
Cf. Il Pellegrinaggio Delle Meraviglie,
p. 440. (publicado com o beneplácito dos Bispos Católicos italianos).
(11)
Comunicado à imprensa do Vaticano para a agência UPI em Fevereiro de 1960.
(12)
"O Sol escurecer-se-á, e a Lua tornar-se-á em sangue: antes que venha o grande
e terrível dia do Senhor."
(13) The McAlvany Intelligence Advisor;
Relatório Especial.
(14)
The Fatima Crusader, Nº 43, p.
17.
(15)
The McAlvany Intelligence Advisor,
Fevereiro de 2002, p. 7.
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